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Sabe qual a classe energética da sua habitação?

Sabe qual a classe energética da sua habitação?

02/09/2021 por José Nunes

Os portugueses, e falo com toda legitimidade porque eu sou um português todo orgulhoso, são conhecidos por grandes feitos, do futebol ao Fado, de Fátima ao Algarve, mas há algo em que ninguém nos bate: sabemos sempre de tudo e somos o que se chama, “bons treinadores de bancada”. Assim sendo, a minha pergunta é só mais uma que daria uma boa conversa de esplanada. Ou será que ainda não?
Infelizmente, apesar do Certificado Energético ser obrigatório, em qualquer transação, desde 2009, ainda é desconhecido de muitos portugueses e mesmo que tenham ouvido falar, não têm grande opinião formada. Talvez um primo já tenha feito… e pouco mais…
Como sou um português orgulhoso e que gosta de manter as tradições, deixo-vos os pontos principais de um processo de Certificação Energética. Se um dia destes a conversa surgir vai saber exatamente o que dizer!
Muitos são os fatores que influenciam a classe energética atribuída a uma habitação. Alguns são bastante intuitivos, naturalmente a localização geográfica e a orientação solar do imóvel e a idade do edifício, são determinantes e imutáveis.
Segue-se a constituição dos elementos construtivos. Como são as paredes, coberturas e pavimentos? Estão isoladas? Pelo interior ou pelo exterior e com quantos cm de espessura? E os vãos envidraçados como são? Todos sabemos que ter vidro duplo é melhor que ter vidro simples mas e a caixilharia como é alumínio sem corte térmico ou já com corte térmico ou quem sabe PVC. E o ideal é pensar numa boa proteção solar pelo exterior, à moda antiga.
E agora poderá começar a brilhar. Será que para ter uma boa classe energética é positivo ter sistemas de climatização? Dependendo dos sistemas utilizados e da sua idade sim, pode ser muito vantajoso. Na verdade, se tiver um “ar condicionado” ou uma bomba de calor para a preparação das águas quentes sanitárias, até pode ajudar a ter energia renovável no seu Certificado. Por esta ninguém vai esperar.
E é melhor falar também da ventilação. Provavelmente ouvirá que é um contrassenso, um desperdício de energia, introduzir ar novo do exterior a temperatura muito baixa dentro dos espaços que estivemos a aquecer. Não vacile, a resposta é direta: a saúde vem sempre antes do consumo energético por isso, é preciso renovar o ar interior. No limite, vai ter de se compensar esse acréscimo de consumo sendo melhor noutro ponto, como por exemplo, implementando sistemas de produção de energia renovável, tais como coletores solares térmicos ou painéis fotovoltaicos, mas o seu efeito só é contabilizado desde que a energia seja consumida para aquecimento, arrefecimento, água quente sanitária ou sistemas de ventilação mecânica.
Feito, 4 parágrafos e deixa qualquer “bom treinador” na bancada!
No fim de tudo espero ter resumido aquilo que é de facto importante. A Classe energética de um edifício é mais do que uma letra inscrita num papel. Representa o resultado da interação de um grande conjunto de caraterísticas do imóvel e traduz os custos de exploração, manutenção, qualidade do ar, saúde e conforto de quem o vai ocupar nos próximos anos.
No Certificado Energético, que só pode ser emitido por um Perito Qualificado, encontra-se a Classe Energética e todas as caraterísticas relevantes e que lhe deram origem.
Este documento não deve ser ignorado num momento tão importante como o da compra ou arrendamento de uma casa. Não é mera burocracia.

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